quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nanotecnologia e toxicidade mobilizam pesquisadores, governo e indústria

4 de dezembro de 2013
Dois especialistas nanotecnologia abriram a 2ª Oficina Temática “Nanotoxicidade e Análise de Riscos”, promovida pela Anvisa e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), nesta terça-feira (3/12), em Brasília.

A promoção deste ciclo de debates, com foco em nanotecnologia, é voltado às indústrias de saúde e o desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde que  necessitam de políticas específicas para o  fortalecimento da capacidade de inovação e de competição internacional.

A professora Zulmira Lacava, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília (UnB) comentou sobre os testes que o grupo de estudos da UnB desenvolve desde 1997 para averiguar a toxidade da interação entre as nanoestruturas e as células. Um deles testando a atuação das nanoestruturas em células sadias e em células tumorais.

Segundo Zulmira Lacava, “são testes pré-clínicos em que as respostas não são imediatas,  são de longo período,  pois nos testes a toxicidade desaparece e reaparece”.

José Maria de Monserrat, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) disse que uma indicação feita nestes estudos é que o uso, cada vez mais intensivo, da nanotecnologia trará estas estruturas ao meio ambiente, por isso é importante saber o impacto disto.

Segundo Monserrat, um dos trabalhos mais bem sucedidos fez os testes da fase “in vivo” com um verme classificado como nematoide, cuja espécie teve sua estrutura de genoma  integralmente decifrada. “É uma boa alternativa de ser vivo que pode ser empregado nos teste”.

O debate faz parte do Ciclo de Diálogos sobre
 Nanotoxicidade que reúne o governo, a indústria e a academia para discutir a atual posição do Brasil frente ao contexto mundial de nanometrologia, ciência de medição em escala nanométrica que permite um uso confiável das técnicas de nanotecnologia.

Para a chefe do Núcleo de Educação, Pesquisa e Conhecimento da Anvisa, Daniella Guimarães de Araújo, o debate sobre análise de riscos relacionado às nanotecnologias  é fundamental para a Agência considerando a missão institucional na proteção à saúde em grande escala.

A diretora da ABDI, Maria Luisa Campos Machado Leal ressaltou a importância da iniciativa. “A ideia dos Ciclos de diálogos é obtermos a percepção da indústria sobre os impactos da nanotoxicidade e discutir metodologias para análise e riscos sobre o processo produtivo e de PD&I que utilizam da nanotecnologia”, declarou.

A primeira oficina,  em outubro deste  ano, teve como tema “O panorama mundial da nanometrologia e a inserção do Brasil no uso desta tecnologia”. A terceira será sobre “Regulação”, prevista para fevereiro de 2014, em data ainda a ser definida.

Nesta edição participaram dos painéis representantes da Anvisa, da ABDI, da Fiocruz, da Câmara dos Deputados,  das empresas Neodent e Biosintesis, e das universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Paraná (UFPR) e do Rio de Janeiro (UFRJ), a UnB e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Imprensa/ Anvisa

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